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sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Maracanazozinho"

Existe uma ave na região norte do Brasil chamada de Maracanãguaçu. É um tipo de papagaio típico brasileiro.

Há um rio, canalizado parcialmente na capital do estado do Rio de Janeiro, que cruza Tijucas e São Cristóvão desaguando na Baía de Guanabara. Seu nome vêm do pássaro e é Maracanã.

Dessa combinação, chamamos até hoje o maior estádio do mundo, o Mário Filho. Irmão de Nelson Rodrigues e jornalista apoiador da construção do Maracanã para a Copa do Mundo de 1950, Mário Filho foi homenageado emprestando sua graça ao Maracanã.

Inaugurado em um amistoso entre as seleções paulistas e cariocas no dia 16 de junho de 1950 (vencido por São Paulo por 3x1) o Maracanã se tornou palco de vários dos maiores jogos de futebol do país e registra até hoje o maior público pagante em um jogo de futebol na superfície terrestre: 183.341.

1950. Final da Copa do Mundo. Maracanã. 173.850 pagantes - mais de 200 mil segundo a cultura popular desde a época. Brasil e Uruguai decidem o título da primeira Copa no Brasil. Em casa, a imprensa divulga nos jornais um clima de "já ganhou". Mobilização de um país em torno do esporte. Vitórias contundentes ante Suécia (7x1) e Espanha (6x1) davam todo o favoritismo ao Brasil para a final contra o Uruguai, mesmo porque o Brasil poderia empatar o jogo pois tinha melhor campanha que a seleção uruguaia.

O jogo começa. O Brasil fez 1x0 no início do segundo tempo. Mas a seleção uruguaia empatou e virou faltando 11 minutos para o fim da partida. Jules Rimet, presidente da Fifa, disse a seguine frase: "O silêncio estava absoluto, ás vezes difícil de se acreditar". Ghiggia (que fez o go l da virada) afirmou: "O silêncio era tão grande que se uma mosca estivesse voando por lá, ouviríamos seu zumbido". Assim, tal episódio pitoresto ficou conhecido, principalmente pelos uruguaios, como Maracanazo.

Parêntesis: A partir da derrota de 1950, a seleção mudou o uniforme original de camisas brancas com golas azuis e calções brancos, para a "canarinho" (camisa amarela, golas verdes e calções azuis) usada até hoje!

Voltando ao hoje (mais precisamente ontem) o Maracanãzinho foi palco do jogo final do voleibol feminino nos Jogos Panamericanos, o Rio 2007.

O jogo foi sensacional! Muito técnico, bastante tático e com muita raça. Brasil e Cuba fizeram uma final digna de duas seleções das melhores do mundo. Qualquer que fosse o vencedor, seria merecido. O problema então não foi o "quem", e sim, o "como".

O Brasil venceu o primeiro set fácil, perdeu o segundo, voltou a vencer o terceiro. No quarto set, perdia por 24x22 e Cuba teve o set point por duas vezes. Não venceu, o Brasil empatou com raça nas mãos de Sheilla e Paula Pequeno, capitaneadas por Fofão.

O Brasil virou. Após a virada foram 4 match points para o Brasil, no quarto set, para a conquista do ouro. Não conseguimos. Tie Brake.

No último set, até 15 pontos, vencíamos por 14x12. Dois match points, num tie brake, em casa, valendo o ouro panamericano é barbada! Não foi. Perdemos. Começou o Maracanazozinho. Inacreditável.

O título desse post seria "Pipoca". Afinal, não foi apenas para Cuba que essa mesma geração apronta uma derrota dessa maneira. Nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, aconteceu a mesma coisa: vencíamos a Rússia no quarto set por cinco pontos, 24 x 19. Dá pra acreditar que perdemos? Perdemos. Mas, afinal, se aprende muito nas derrotas... 2006, Campeonato Mundial. Final. Novamente as russas. Tie Brake, 13x11 para o Brasil. Resultado? Rússia vence por 15x13. Segunda "pipocada" dessa mesma seleção que conseguiu o mais difícil e novamente calou o Maracanã. Mesmo que desta vez tenha sido o primo menor, o Maracanãzinho.

Não adianta falar que foi bom, que valeu o esforço, e que a prata é uma grande conquista. Estamos falando de voleibol. O segundo esporte que recebe mais incentivo no país, ficando apenas atrás do futebol. Por isso, o resultado foi sim, e tem sido, desastroso.

Talvez, tenha faltado um Bernardinho fora de campo, uma Ana Mozer dentro ou um Freud pra explicar.

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